18/10/2022
Promotora nacional Overseas estreia-se com 5 projetos imobiliários
“Estamos muito confiantes na resiliência do mercado imobiliário português e muito positivos em relação ao futuro próximo. Não estamos particularmente preocupados ou negativos em relação aos próximos tempos”. É com este otimismo, numa época repleta de desafios e incertezas, que Pedro Vicente anuncia a chegada ao mercado da promotora imobiliária de capitais 100% portuguesa Overseas, da qual é CEO. São, para já, cinco projetos imobiliários – quatro em Lisboa e um na Comporta – destinados ao segmento premium, sendo que a aposta da empresa passa pela sustentabilidade ambiental e pela digitalização. Em causa está um investimento de 130 milhões de euros, que significam 133 unidades residenciais e turísticas, cinco lojas e 33.000 metros quadrados (m2) de construção.
Depois da Level Constellation e da Habitat Invest, Pedro Vicente decidiu aventurar-se numa nova aventura no setor da promoção imobiliária, tendo anunciado a criação da Overseas, apresentada oficialmente esta segunda-feira (17 de outubro de 2022). Trata-se de uma empresa de capitais 100% nacionais que atuará como promotor imobiliário independente, comprometido com o ambiente e focado em ESG (Environmental, Social and Governance), na construção de edifícios NZEB (em português, edifício com necessidades quase nulas de energia), na mobilidade elétrica e em produtos imobiliários branded e de luxo, adianta a promotora.
O capital social da promotora é distribuído pela Sarsfield Vicente, sociedade familiar detida por Pedro Vicente e por uma subsidiária do grupo World Trust Capital Partners, grupo económico focado em investimentos imobiliários, composto por capitais portugueses e brasileiros, segundo refere a Overseas em comunicado.
Cinco projetos premium em licenciamento
A operação da Overseas em Portugal arranca com cinco projetos imobiliários, que estão ainda em fase de licenciamento. Eis o que já se sabe sobre os mesmos:
- Yacht Club, em Alcântara, junto ao novo complexo de escritórios Allo, que terá 40 apartamentos, sendo um projeto residencial turístico;
- Braancamp, terá 19 apartamentos (ainda sem nome);
- Alfama, terá 17 apartamentos (ainda sem nome);
- Liberdade, terá 17 apartamentos (ainda sem nome);
- Herdade do Silêncio, em Brejinhos, na Comporta, que terá ao topo 40 apartamentos, sendo que arranca agora a primeira fase com 27.
Segundo Pedro Vicente, o Yacht Club poderá ser o primeiro a começar a ser construído e, também por isso, a estar concluído. Os projetos Liberdade e Alfama serão obras de reabilitação e os restantes serão de construção nova, adianta.
Relativamente ao projeto na Comporta, será responsável por boa parte do investimento agora anunciado pela Overseas, de 130 milhões de euros, sendo um projeto de luxo com casas associadas a vinha.
Quando questionado sobre os preços dos imóveis que vão chegar ao mercado, Pedro Vicente responde de forma clara: “No caso do segmento premium em Portugal falamos de cerca de 7.500 euros por m2, andará por aí”. Significa isto que uma casa com 100 m2 custará qualquer coisa como 750.000 euros.
Overseas aposta forte na sustentabilidade
A sustentabilidade está cada vez mais na ordem do dia, sendo esta uma das apostas da Overseas. “É algo que é inegociável para nós. Todos os edifícios serão certificados ambientalmente. Estamos em negociações com um grande grupo imobiliário português que tem no seu grupo uma empresa que se dedica à gestão de energias renováveis. Vamos anunciar uma parceria com essa empresa para com eles desenvolver estes produtos de A a Z, integrando tecnologias que nos permitam melhores resultados na certificação ambiental dos edifícios. E melhor performance. Anunciaremos brevemente esse protocolo”, adianta Pedro Vicente.
Este é um tema que está, de resto, na ordem do dia, sendo que tem havido alguns entraves. “Há a barreira da inação, a barreira da indiferença, a barreira do desconhecimento. No nosso setor económico em geral há uma emergência destes temas que as pessoas persistem em não entender. As metas que estão definidas a nível europeu até 2050 são muito exigentes. Passa por reduzir a emissão de gases com efeito de estufa em 40% comparativamente com 1990. É que 2050 é amanhã, temos muito pouco tempo para o fazer. Há ainda uma falta de perceção disso no nosso dia a dia”, lamenta o CEO da Overseas.
Imobiliário de luxo dá boa resposta à "crise"
E será esta uma boa altura para investir em imobiliário, em concreto no segmento da promoção imobiliária? “Quando é que nós conhecemos este setor sem ter tensões, crises e preocupações, sem ter problemas e desafios? Nunca, eu pelo menos não me lembro”, responde, salientando que o setor imobiliário “tem sobrevivido e crescido em Portugal”. “Acreditamos nisso. É claro que o que aí vem vai exigir adaptações. Nós já estamos, por sermos uma empresa nova, muito alinhados com as tendências de mercado. Não quer dizer que daqui a uns anos não estejamos a fazer habitação para a classe média, por exemplo, o que é certo é que neste momento não é preferencial”, conclui.
Fonte: Idealista - Frederico Gonçalves