09/02/2023

A sustentabilidade é um assunto que ainda vem a seguir ao drama que é comprar casa

Sustentabilidade no imobiliário foi o tema do terceiro de seis debates que o Expresso e a Era Imobiliária vão organizar nos próximos três meses sobre o futuro da habitação e do setor imobiliário em Portugal.

Ter uma casa sustentável não é - e não pode ser - sinónimo de luxo. Ter uma casa sustentável é sim ter uma casa confortável e, hoje, a maioria dos portugueses tem frio ou calor (ou ambos) dentro das suas casas, obrigando-os a gastar demasiada energia para terem mais conforto. Num momento em que os rendimentos das famílias estão a descer, por causa da inflação, será a sustentabilidade uma preocupação durante a compra de casa? Estarão os portugueses conscientes do que é que uma casa deve ter para ser considerada sustentável e, consequentemente, gastar menos energia? Manuel Aires Mateus, arquitecto;Miguel Fonseca, administrador da EDP Comercial; Miguel Saraiva, arquiteto Saraiva + Associados e Pedro Vicente, CEO da promotora imobiliária Overseas foram os convidados escolhidos para debater este tema em mais um dos debates que o Expresso e a Era Imobiliária estão a organizar sobre o futuro da habitação e do setor imobiliário em Portugal. Estas são as principais conclusões.

1. Sensibilizar e informar

  • Hoje, é impossível fugir da palavra sustentabilidade, e há uma maior consciencialização por parte das pessoas sobre o tema quando estão à procura de casa ou mesmo a construir uma casa, diz Manuel Aires Mateus, mas ainda há um longo caminho a percorrer, repara Pedro Vicente.
  • “Para a generalidade dos portugueses, a sustentabilidade é um assunto que vem a seguir ao drama que é comprar casa”. No limite, perguntam pelo certificado energético, mas porque é obrigatório nas transações, acrescenta Miguel Saraiva. Mas, o certificado energético “não é tudo”, repara ainda Pedro Vicente.
  • De facto, para uma casa ser sustentável não basta ter um certificado. Longe disso. Primeiro esse certificado tem de ser A ou A+, no limite B. Mas uma grande parte das casas em Portugal que têm esse documento, são de classe C, diz Miguel Fonseca. “As pessoas têm de se preocupar com o desempenho de todos os equipamentos, incluindo janelas; das soluções técnicas escolhidas para arrefecimento e aquecimento do ar e que consumos isso tem”, acrescenta Pedro Vicente, para quem a mediação devia dar uma ajuda, fornecendo “qual o consumo energético de uma casa”.
  • “Tem de haver disponibilidade de quem compra em pedir esclarecimento a quem vende, porque as pessoas não têm de ter know how nesses temas”, sublinha Miguel Saraiva.

2. Sustentável não tem de ser mais caro

  • De acordo com Manuel Aires Mateus, “ainda não existem em Portugal normas para aquilo a que normalmente é chamado de construção sustentável e que tem a ver com uma grande racionalização de energia e que tem um grande peso da pré-fabricação e da proximidade dos materiais”, o que “não é necessariamente mais caro”. Por exemplo, a pré-fabricação é uma das formas de embaratecer a construção e reduzir custos”.
  • O problema, diz Miguel Saraiva, é que “a fileira da construção é pouco profissional e não é por haver 11 ou 15 promotores de referência que faz com que o mercado seja altamente profissionalizado e informado”.
  • De facto, acrescenta Miguel Fonseca, “o sector da construçãoo não evolui há centenas de anos e o processo produtivo é completamente antiquado, tem pouco de montagem e muita mão-de-obra”.

Fonte: Expresso

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